quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

A Corrente Funcionalista

O Funcionalismo é uma corrente linguística que se preocupa em estudar a relação entre a estrutura gramatical das línguas e os diferentes contextos comunicativos em que elas são usadas, ou seja, busca-se compreender a língua no seu uso com base num instrumento de interação social, alinhando-se, assim, à tendência que analisa a relação entre linguagem e sociedade. Seus interesses vão além da investigação linguística da estrutura gramatical, buscando uma situação comunicativa.

Partirei agora para análise de um estrutura gramatical com base nos princípios desenvolvidos por cada escola do conhecimento sobre as questões da linguagem ( Estruturalismo, Gerativismo, Materialismo Histórico e finalmente o Funcionalismo).

A princípio destaco como uma estrutura é analisada por meio da normatividade

Os sem terra invadiram a fazenda

Nessa frase podemos observar, no ponto de vista prescritivo, a presença do sujeito, verbo e predicado. De acordo com a norma da gramática tradicional temos a língua como expressão do pensamento.

Agora, tomo o mesmo exemplo para explicar os princípios desenvolvidos nas outras escolas.

ESTRUTURALISMO:

Os sem terra invadiram a fazenda

A partir da visão estruturalista, encontramos nessa frase um sintagma nominal e um sintagma verbal, no qual tenta descrever a língua tal como ela se apresenta. Nesse momento, temos a língua considerada como um sistema de signos.

GERATIVISMO:
Os sem terra invadiram a fazenda

Com base numa sentença oracional, tenta-se explicar a estrutura por meio dos sintagmas nominais e verbais por meio de regularidades na língua dentro de um ponto de vista sintático, numa ordem padrão. Nesse momento temos a língua tida como uma faculdade de linguagem, ou seja, a linguagem é inata nos seres humanos.

MATERIALISMO HISTÓRICO:

Os sem terra invadem a fazenda

Nessa perspectiva, encontramos uma abordagem interpretativa, no qual os sujeitos estão inseridos em lugares específicos do dizer, não sendo livre para dizer em qualquer circunstância e de qualquer modo. Assim, são baseados nas condições de produção do dizer, sendo influenciados pela relação histórica, social e ideológica. Nesse momento a língua é tida como a manifestação da ideologia.

FUNCIONALISMO:

Os sem terra, eles invadem a fazenda

Nessa perspectiva histórica do pensamento funcionalista encontramos como a língua funciona concretamente. É um sistema que procura analisar seu aspecto funcional por meio de um tópico e de um comentário. A língua, nesse momento é tida na organização enquanto o seu USO e INTERAÇÃO.
Dentro do Funcionalismo, temos a GRAMATICALIZAÇÃO FUNCIONAL, no qual vai referir-se a uma migração de uma classe de palavra para outra classe ou para dentro de uma mesma classe, ou seja, um lexema que assume determinada função numa frase pode deslocar esse sentido e construir outro no lugar.
Exemplo: Tomamos uma frase que tem a conjunção "e" com a função de adição:
Eu estava correndo e de repente eu cai.
Nessa oração encontramos o "e" como uma conjunção aditiva responsável por acrescentar mais uma ideia ao fato ocorrido. Agora tomo a mesma frase, porém com outra partícula que pode assumir a mesma função sintática.
Eu estava correndo ai eu cai.
Nessa oração o "ai" está assumindo a função de conjunção aditiva responsável em ligar os dois acontecimentos. Entretanto o "ai" é um advérbio de lugar que assumiu outra função sintática dentro da mesma oração analisada.
Assim, esse é o princípio do funcionalismo de que uma expressão pode assumir diferentes funções dependendo do uso que se faz da linguagem.





Referências:
-Anotações minhas feitas em sala de aula.

Heterogeneidade Discursiva segundo Jacqueline Authier Revuz

Sobre os estudos da análise do discurso, mais especificamente na terceira época da A.D, como ficou conhecida, desenvolveu-se os estudos de um sujeito heterogêneo, ou seja, um sujeito que é marcado pela interferência de outros discursos, no qual, denominamos de interdiscursos. Desenvolverei por meio desse espaço os conceitos formulados por Jacqueline Authier Revuz. Em suas análises, destacam-se dois princípios de se entender esse conceito.

Primeiramente temos a Heterogeneidade Constitutiva, no qual encontramos um discurso sendo atravessado por outros discursos referentes a mesma questão de análise. Assim, defende-se que é próprio dos discursos terem a interferência de outros discursos nos mesmos, estabelecendo, dessa forma, um discurso constituído por outras vozes*.

A Heterogeneidade Mostrada é outro princípio de estudo dessa estudiosa. Segundo ela, essa heterogeneidade mostrada se divide em duas formas: Marcada e Não-Marcada.
A heterogeneidade mostrada e marcada constitui-se por marcas explícitas do outro sujeito na fala do EU, ou seja, podemos perceber a presença de outras vozes discursivas no texto em análise. São exemplos dessa heterogeneidade: Discurso Direto, Citações, Itálico, Aspas.

Já a heterogeneidade mostrada não-marcada tem como princípio a não presença explícita de outros sujeitos, ou seja, a presença de outros sujeitos do discurso é um fato concreto e que nessa forma de análise temos a interferência de outros sujeitos de maneira implícita. São exemplos desse estudo: Ironia, estereótipo, alusão, clichê, imitação.







* O conceito de várias vozes (polifonia) será tratado, mais especificamente por Mikhail Bakhtin a partir dos estudos desenvolvidos sobre o romance de Dostoiévski, no qual, vai se referir a diferentes vozes em diferentes espaços sociais e históricos, caracterizando, dessa forma, os diferentes discursos que irão se remeter a um sujeito discursivo.




Referências:
-Anotações minhas feitas em sala de aula

Contexto Histórico do Materialismo Histórico Dialético

Durante o século XIX, desenvolveu-se a concretização da sociedade burguesa e a implantação do capitalismo industrial, responsável por descrever um novo modelo de sociedade, contribuindo, dessa forma, para as desigualdades sociais que se implantou com esse sistema. Como representante crítico destacou-se Karl Marx. Segundo suas teorias, elaborou uma nova concepção filosófica do mundo, o “materialismo histórico e dialético”, fazendo críticas da sociedade em que vivia. Marx em seus trabalhos buscou bases filosóficas para estabelecer o Materialismo Histórico Dialético.O Materialismo refere-se a um pensamento que não nasce conosco, mas é estabelecido e construído pela relação social, ou seja, trata-se da relação com exterior, na materialidade.
Nesse contexto, temos a ocorrência materialismo histórico ( análise do discurso) voltado para as questões da Ordem do Enunciado, no qual é regida por princípios de controle e rarefação dos discursos, ou seja, nenhum sujeito é livre para falar qualquer coisa em qualquer circunstância, mais especificamente um controle do dizer.
Assim, encontramos Mikhail Bakhtin que defende que quando um sujeito produz determinados enunciados, o mesmo está se constituindo, mostrando-o como sujeito. Diferentemente acontece com os princípios defendidos por Karl Vossler. Esse estudioso inferia que a linguagem é subordinada aos sujeitos, numa relação de onipotência.

Referências:
- Anotações minhas feitas em salas de aula

domingo, 29 de novembro de 2009

O Materialismo Histórico


Com base no exemplo acima, venho explicar as correntes teóricas sobre os pensamentos de cada período. Considerando a estrutura "os meninos", podemos dizer que para os Estruturalistas sua análise era voltada para um viéis DESCRITIVISTA.

Agora, considerando a mesma estrutura, porém com uma visão Gerativista, a explicação da mesma voltava-se para um viéis EXPLICATIVO.

Após essas duas vertentes históricas sobre os conceitos de língua e linguagem, tratarei de um novo pensamento: O Materialismo Histórico, também conhecido como Análise do Discurso. Existe quatro vertentes desse pensamento:

1) Análise do Discurso de orientação francesa -> Michel Pêcheux;

2)Análise do Discurso de orientação francesa -> Michel Foucault;

3)Análise do Discurso de orientação bakhtiniana -> Mikhail Bakhtin;

4)Análise Crítica do Discurso -> Norm Fairclough

Análise do Discurso -> Michel Pêcheux
Nessa vertente, vai-se estudar a relação da linguagem com a história com base numa luta de classes. É nesse momento que tenta-se trabalhar com a ideologia sobre o conceito de discurso.

Análise do Discurso -> Michel Foucault
Nessa vertente, considera-se as condições de possibilidade para a construção dos enunciados, ou seja, é o momento da história em que determinados discursos são tomados como estatutos de verdade.

Análise do Discurso -> Mikhail Bakhtin
Como resultado desse período, temos os estudos voltados para a linguagem entre um EU e o OUTRO. É o OUTRO que possibilita que o EU produza a linguagem.

Análise Crítica do Discurso -> Norm Fairclough
Esse estudo caracteriza as determinadas lutas sociais que se materializam nas práticas discursivas. Como exemplo desse momento temos os discursos do politicamente correto.

Para meus estudos, analisarei as características da Análise do Discurso de orientação francesa de Michel Pêcheux.

A Análise do Discurso surge no final dos anos de 1960 com Michel Pêcheux, numa tentativa de construir uma teoria geral da ideologia voltada para a linguagem. Essa visão se baseou nas ideias de Althusser. O propósito, neste momento era pensar não mais na língua, mais sim em um novo objeto de estudo, O Discurso. Com isso o materialismo histórico surge com a articulação de três regiões do conhecimento: MARXISMO (Althusseriano), PSICANÁLISE ( Lacaniano) e o ESTRUTURALISMO ( Saussure).
Podemos dizer que a A.D possui uma dupla certidão de nascimento, pois ela surge com a publicação da revista Langages, nº 13 de Jean Dubois 1969 e a publicação do livro "Análise Automática do Discurso" de Michel Pêcheux
Inicialmente a análise do discurso tem sua abordagem dentro do discurso político. Segundo Maingueneau, a A.D, como ficou conhecida, dividia-se em três aspectos.

1º Discussão francesa voltada para a significação;

2º Teoria de leitura do discurso político;

3º Um produto político- científico, no qual, propunha não só avançar nos estudos sobre a linguagem, mas também pensar numa visada política, ou seja, conscientizar as massas (população).

A teoria da Análise do Discurso baseia-se numa teoria que constitui a análise sem um arcabouço teórico. Segundo Denise Maldidier há as três fases da Análise do Discurso

-O tempo das grandes construções ( 1969 à 1975)

- Tateamento ( 1976 à 1979)

- A desconstrução domesticada ( 1980 à 1983)

Em suma, Michel Pêcheux pensa nos efeitos de sentido com base nas condições de produção, ou seja, nenhum sujeito é livre para falar em qualquer momento, qualquer coisa em qualquer circunstância. Se mudamos as condições de produção, mudamos, consequentemente, os efeitos de sentido produzidos.





Referências:
- Anotações minhas feitas em sala de aula.
Disciplina: Epistemologia da Linguística

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

"Sintaxe: Explorando a Estrutura da Sentença"

RESENHA

NEGRÃO, Esmeralda Vailati; SHER, Ana Paula; VIOTTI, Evani de Carvalho. “Sintaxe: explorando a estrutura da sentença”. in FIORIN, José Luiz. (Org.). Introdução à linguística II: princípios de análises. 2ª ed. São Paulo: Ed. Contexto, 2003.

Esta obra tem a finalidade de analisar os percursos que cada sujeito realiza quando produzem os seus enunciados, ou seja, com base no conhecimento inato que cada um tem sobre sua língua, podendo, assim reconhecer as categorias gramaticais que utiliza na produção das sentenças.

No texto as autoras formulam alguns pressupostos de como a teoria gerativista atua no campo da língua, em específico, da sintaxe. A principal tese da teoria é a de que existe no falante de língua natural um saber inato sobre a estrutura de sua língua, o que faz com que, dentre outras coisas o falante reconheça uma sentença agramatical. Eis alguns pressupostos:

1- O falante de qualquer língua natural tem conhecimento inato sobre como os itens lexicais de sua língua se organizam;

2- A competência linguística permite ter intuições a respeito de agrupamentos lexicais;

3- A competência nos ajuda a perceber que a sentença não é o simples resultado de ordenação linear, mas sim de forma hierárquica.

4- Os falantes de uma língua sabem que um certo item lexical pertence a uma determinada categoria gramatical;

As autoras analisam como os falantes de línguas naturais possuem uma noção de categoria gramatical, mostrando como nossa competência e a nossa performance contribuem para que cada sujeito falante entenda e reproduza sua língua. A competência lingüística, segundo a teoria gerativista, é a capacidade inata que os falantes de uma língua têm. Assim, mesmo que implicitamente, os falantes sabem que os itens lexicais fazem parte ou se distribuem em categorias gramaticais. Nesse sentido, há palavras que possuem as mesmas propriedades gramaticais, pois têm o mesmo comportamento. São apresentadas várias manobras de estruturação de sentenças para explicar como a competência lingüística funciona e é de caráter biológico, cabendo ao falante a atualização e/ou desempenho desse saber. No texto é apresentado como os nomes, os verbos, os advérbios, os adjetivos são categorizados a partir da noção gerativista, bem como a estrutura de constituintes e o processo de construção dos agrupamentos dos itens lexicais (propriedades caracterizadoras das categorias).

Resenha Escrita por:

Clarissa Neves Conti

Felipe Marques de Menezes

Marco Antonio Almeida Ruiz

Mônica Menezes Santos

Natália Monteiro da Silveira

sábado, 31 de outubro de 2009

Estágios da Aquisição da Linguagem

Os seres humanos, segundo uma abordagem gerativa, são capazes de produzir sentenças complexas a partir de sentenças simples,a partir da recursividade, ou seja, nascemos com uma faculdade da linguagem, no qual, trata-se de uma capacidade inata dos seres. Assim, cada um desenvolve-se uma gramática internalizada influenciando a maneira de comunicação no cotidiano com outros sujeitos.
Assim, o início desse processo se dá pela aquisição da linguagem ao longo do crescimento desse ser. Dividirei em etapas a minha análise.

1ª Etapa:

Estágio dos Balbucios:
A criança, nesse momento, produz sons aleatoriamente, no qual, não segue um princípio de organização da língua. Assim, é uma fase de interpretação das coisas.

2ª Etapa:

Aquisição da Língua (6 meses)
Nessa etapa, a criança tenta interpretar as falas dos adultos e assim, começa a produzir fonemas que acontecem na sua língua materna.

3ª Etapa

Palavras Isoladas ( 8 à 10 meses)
Nesse período, a criança começa a desenvolver palavras isoladas, no qual, assumem posições de frase específicas, ou seja, essas palavras tem valor de frases prontas. Esse processo é conhecido como OLOFRÁSTICO.

4ª Etapa

Frase com duas Palavras ( 14 à 15 meses)
Nesse período dá-se o processo da sintaxe. Uma sintaxe diferente da dos adultos, no qual, é rudimentar e simples.

5ª Etapa

Adquire a Linguagem (18 à 24 meses)
Nessa etapa há o desenvolvimento de sentenças com verbos, que conforme a criança vai crescendo e se relacionando com outras crianças vai possibilitar a ampliação de seu vocabulário.

6ª Etapa

Processo de maturidade da linguagem, ou seja, maturidade linguística.



Referências:
- Anotações minhas feitas em sala de aula.

sábado, 17 de outubro de 2009

Questões para o Aprendizado

Questões
Questões propostas pelo professor Roberto durante a aula Epistemologia da Linguística.

1) O programa de pesquisa gerativista assume como um dos seus pressupostos que a linguagem é uma capacidade inata dos seres humanos. Segundo os gerativistas, quais são as evidências que sustentam esse pressuposto?

R: Segundo a gramática gerativa de Noam chomsky, a capacidade de linguagem é inata nos sujeitos falantes, ou seja, tem um caráter biológico, natural. Para os gerativistas uma das evidências que essa Faculdade de linguagem esteja ligada ao fator biológico são alguns problemas patológicos que envolvem áreas específicas da linguagem no cérebro humano. Como exemplo, temos a afasia, um problema que afeta a capacidade de aquisição da linguagem. Com esse exemplo, podemos refletir que o conceito de faculdade de linguagem proposto por Chomsky sustenta essa teoria de aproximar as ciências humanas das ciências naturais. Outro exemplo que pode ser relacionado como uma evidência de a linguagem ser uma capacidade inata é o andar Bípede. Essa atividade desenvolvida pelos seres humanos já é inerente a sua espécie, ou seja, caracteriza-se como uma pré-disposição biológica, basta desenvolver essa capacidade; diferentemente da escrita que tem caráter de aquisição cultural, no qual, é aprendida ao longo do crescimento humano.

2) A linguagem humana no entendimento humano de Noam Chomsky baseia-se em uma propriedade elementar chamada de PROPRIEDADE DA INFINITUDE DISCRETA. Explique o que vem a ser tal propriedade.

R: A propriedade da infinitude discreta consiste na produção de infinitas sentenças com base em um número finito de regras gramaticais que transforma uma estrutura em outra. Assim, é esse sistema de regra que assume como o conhecimento linguístico existente na mente do falante de uma língua, no qual devia ser descrito e explicado pelos gerativistas.

O Gerativismo de Noam Chomsky

Considera-se o ano de 1957 a data do nascimento da Linguística Gerativista com a publicação do livro Estruturas Sintáticas de Noam chomsky.
A linguística gerativa ou gramática gerativa foi inicialmente formulada como uma resposta e rejeição ao modelo behaviorista do estruturalismo americano. Para os estruturalistas americanos, principalmente para Leonard Bloomfield, os sujeitos eram caracterizados como tábulas rasas, pois não nasciam com a capacidade de linguagem, ou seja, para os estruturalistas norte-americanos a linguagem era adquirida através da interação dos sujeitos com a sociedade em que viviam, a partir do nascimento. Já para os gerativistas a linguagem era uma capacidade inata, tida para Chomsky como a Faculdade de Linguagem.
Segundo Noam Chomsky, a criatividade é o principal fator responsável pela identificação da linguagem humana, pois o ser humano é capaz de criar, interpretar e reproduzir outras formas de comunicação. Assim, podemos dizer, segundo a gramática gerativa que há uma aproximação das ciências naturais com as ciências humanas.

Para confirmar esse princípio de que a linguagem é uma capacidade inata, os gerativistas destacam alguns problemas patológicos que envolvem algumas áreas do cérebro humano responsável pela linguagem, por exemplo: a afasia, um problema que afeta a capacidade de aquisição da linguagem.

Gramática como Sistema de Regras:

Os gerativistas defendiam que com um número finito de regras gramáticais podemos formular infinitas sentenças de uma língua. Esse princípio do gerativismo ficou conhecido com Propriedade de Infinitude Discreta.
Os linguístas gerativistas tem dois princípios: a Competência e o Desempenho linguístico.

A competência destaca-se como a nossa capacidade de produzir variadas sentenças, ou seja, o sujeito sabe produzir sentenças de acordo com uma gramática interna, no qual, já sabemos distinguir uma frase gramatical ou agramatical. Assim, consideremos o seguinte exemplo:

Exemplo: "O menino caiu no chão".
De acordo com uma gramática interna de cada sujeito, cada um sabe distinguir que essa frase é pertencente a normatividade, ou seja, gramatical. Entretanto, podemos ter a seguinte forma:

Exemplo: * "o caiu menino no chão"
Diante dessa sentença, podemos observar que é uma frase agramatical da língua portuguesa ( por isso que a frase aparece antecidida do asterisco, que indica a agramaticalidade) e com isso cada sujeito falante do português irá saber interpretá-la.

Como Desempenho, temos as produções dos enunciados. Consideremos o seguinte exemplo:

Em uma sala de aula, a professora quando foi referir-se a classe, proferiu a seguinte oração:
"Vocês irão bintar"
De acordo com a oração anterior a professora em vez de falar "pintar" pronunciou "bintar". Assim, a partir dessa situação, a professora cometeu um pequeno erro no pronunciar, no que não significa que seus conhecimentos de português tenha sido abalado. O que ocorreu não foi um problema de conhecimento, mas sim no uso, de Desempenho.

A Gramática Universal:

Com o desenvolvimento da linguística Gerativa no início dos anos de 1980, a ideia da competência foi cedendo lugar à Gramática Universal, no qual, nós sujeitos falantes, podemos criar sentenças de acordo com nossa gramática interna.
Como Universais Linguísticos, Chomsky diz:

- Toda Língua tem um Sujeito e Predicado;

-Fenômeno da Recusividade, no qual, podemos transformar sentenças simples em sentenças complexas;

-A linguagem para os seres humanos, segundo o gerativismo, é uma capacidade inata, no qual, relaciona-se com o natural, biológico. Assim, representada pela gramática universal, somos aptos para desenvolver a gramática de uma língua;

- Todas as línguas têm um sistema numérico;

-Todas as línguas têm uma capacidade de memória, ou seja, a produção de vários enunciados de acordo com o conhecimento adquirido ao longo da interação com outros sujeitos falantes.

Problemas Relacionados com a Cognição segundo Platão e Orwell

Sobre essa questão, ressalta-se duas correntes que explicam a cognição humana.

1ª) Platão

Nessa concepção, temos a aprendizagem de termos baseados em números finitos de informação, ou seja, a partir de poucas evidências podemos adquirir muito conhecimento. É sobre essa perspectiva que volta-se a linguagem proposta por Chomsky.

2ª)Orwell

Nessa concepção, considera-se através de um número infinito de informações, a aquisição de partes, ou seja, a partir de um número infinito de informações, adquirimos parte dessas informações para o nosso conhecimento.

Aquisição e Aprendizagem da Linguagem

Segundo Chomsky, a linguagem é da ordem da AQUISIÇÃO e não da APRENDIZAGEM.
Praticar uma língua estrangeira até 14 ou 15 anos de idade é de forma natural, pois estamos aptos para o desenvolvimento de diferentes maneiras de comunicação, sendo assim, adquirimos uma aquisição da língua. Após esse período é mais complicado adquirir uma linguagem, pois passamos a APRENDER-LA.





Referências:
- Anotações minhas feitas em sala de aula
Disciplina: Epistemologia da Linguística;
-Manual de Linguística
Mário Eduardo Martelotta

domingo, 4 de outubro de 2009

Estruturalismo: A Corrente Norte-Americana

A princípio de minhas reflexões, gostaria de destacar a seguinte afirmação: Sobre o conceito de ESTRUTURALISMO, a Linguística Moderna conhece duas vertentes: A Europeia e a Norte-Americana.

O estruturalismo norte-americano tem como representante Leonard Bloomfield que desenvolve seus trabalhos de acordo com a corrente da Linguística distribucionalista. Assim, é publicada em 1933 a obra "Language", marcando essa vertente estruturalista norte-americana. Essa teoria da linguagem vigora-se nos Estados Unidos até aproximadamente 1950. Assim, é importante ressaltar que a partir dessa data, o estruturalismo americano é visto de maneira independente do estruturalismo Saussuriano desenvolvido na Europa.
O objetivo da teoria formulada por Bloomfield é a elaboração de um sistema de conceitos à descrição sincrônica.
De acordo com a linguística distribucional, o estudo da língua é composto da seguinte maneira:

1.A Constituição de um Corpus, ou seja, um conjunto de diferentes enunciados;

2. A elaboração de um inventário, a partir desse Corpus, que permite determinar as unidades de cada nível;

3. A verificação das leis de combinação das diferentes classes;

4. A exclusão de qualquer indagação que compõem esse corpus.

A Linguística de Bloomfield baseia-se na psicologia Behaviorista, que tem Skinner como um de seus maiores teóricos. Assim, sua teoria é proposta, no qual, diz que para um sujeito identificar o objeto "cadeira", por exemplo, ele é preciso estar perto do mesmo para entender o que é realmente. Com isso, na perspectiva de Skinner, termos como "conteúdo", "significado" ou "referente" devem ser desprezados enquanto utilizados em respostas verbais.

Para Refletir: Conceitos do Estruturalismo.

1) Língua (Langue) e Fala ( Parole);

2) "A Linguística tem por único e verdadeiro objeto a língua considerada em si mesma e por si mesma" ( Ferdinand de Saussure);

3) "A Língua é um sistema cujas partes podem e devem ser consideradas em sua solidariedade sincrônica" ( Saussure, 1975);

4) O Signo Linguístico é ARBITRÁRIO.

Referências:
-Anotações minhas feitas em sala de Aula;
-Manual de Linguística
Org. Mário Eduardo Martelotta, Editora Contexto, Edição 2008



terça-feira, 22 de setembro de 2009

Ferdinand de Saussure e suas contribuições para o surgimento do ESTRUTURALISMO

A princípio da minha análise, gostaria de dizer que as concepções de Ferdinand de Saussure foram importantes para o desenvolvimento da Linguística como ciência. Assim, é considerado por muitos estudiosos o fundador da Linguística Moderna. Como obra fundadora desses estudos temos o Curso de Linguística Geral (CLG), tido como "farol" das ciências humanas, ou seja, considerada uma ciência piloto.

Assim, começamos nossa análise considerando uma filosofia da linguística, no qual, insere-se pensamentos contrários em relação ao CLG. Assim, temos uma análise voltada para três Saussures:

- Anagramas: (Encontramos o estudo dos anagramas no livro: As palavras sob as palavras, Jean Starobinski)

Nos estudos que envolvem os anagramas, temos a presença do SUJEITO e da HISTÓRIA. Sobre esses pensamentos observamos a presença de dois sistemas que funcionam concomitantemente, ou seja, funcionam tanto na sua materialidade linguística quanto na sua materialidade histórica, expressando determinada intencionalidade do sujeito.
De um Anagrama tem-se o processo que dá origem ao Hipograma (palavra tema)

Exemplo: AD MEA TEMPLA PORTÃTO ( Ordem Linguística)---------> Anagrama

APOLO (Ordem Histórica) --------> Hipograma

Observação: Os anagramas fazem parte do pensamento GALILEICO, ou seja, os temas são desenvolvidos a partir de uma teoria juntamente com sua experimentação. Seria uma proposta de uma ciência moderna.

-CLG (Curso de Linguística Geral): "PENSAMENTO PRONTO E ACABADO"

A priori, tem-se a questão da autoria do CLG. A princípio é posto como autor Ferdinand de Saussure; Charles Bally e Albert Sechehaye como editores, porém isso não é verdade. Como fundadores do Curso foram Bally e Sechehaye. De acordo com estudiosos (como por exemplo Meillet), Saussure nunca teria deixado o CLG ser publicado, pois não eram verdadeiramente os seus pensamentos. Segundo seus conceitos, Ferdinand de Saussure, pretenderia criar uma Semântica ou Semiologia de Valores.
O Curso de Linguística Geral representa um recorte no pensamento Saussuriano. Nessa concepção, notamos a total exclusão dos componentes históricos e ao mesmo tempo o sujeito não é levado em consideração. O CLG foi produzido através do pensamento ARISTOTÉLICO, ou seja, tem um argumento de autoridade, no qual, existe uma estrutura e é a partir dela seguem uma certa hierarquia. Assim, nessa forma de pensamento, destaca-se uma análise só com base na sua teoria.

- Manuscritos: ( estudos desenvolvidos no Escritos de Linguística Geral)
O ELG, também, está inserido no pensamento GALILEICO, visando uma análise com base na sua teoria e experimentação.


Entretanto, há um ponto que essas três concepções se coincidem:
Tanto os anagramas, o CLG e os manuscritos não trabalham com a ideia da exterioridade, ou seja, os signos são estudados nas relações entre os termos linguísticos propriamente ditos.

De acordo com alguns estudos, Saussure deixa de analisar três elementos fundamentais. São eles: O Sujeito, a História e o Referente. Esses estudos marcados pela exclusão é desenvolvido dentro de um modelo de ciência vigente, pautada nas teorias positivistas. Assim, podemos dizer que foi essa teoria positivista que definiu a exclusão de Saussure sobre os elementos mencionados. Entretanto, segundo Simon Bouquet, esse recorte é feito apenas pelo CLG, ou seja, quem realmente pensa nisso são os quem criaram o CLG: Bally e Sechehaye e não Saussure, pois ele não exclui o SUJEITO e a HISTÓRIA.
Com isso, Saussure do CLG e Saussure do ELG propõem a concepção de Signo linguístico dentro de um conceito diádico, no qual, consideram o sentido na sua relação interna entre significante e significado e não externamente. Enquanto que no CLG há a consideração de uma arbitrariedade para o significante e uma arbitrariedade para o significado; para o ELG há apenas uma arbitrariedade para o todo do signo, ou seja, o significante e o significado.
No século V a.C, a concepção de signo era vista como triádica, ou seja, a composição do signo era a forma de um triângulo, levando em consideração o significante, o significado e o referente.

Dentro das suas definições, Ferdinand de Saussure considerou como formas de estudo dos signos em geral a semiologia, no qual, abarcava todas as formas de linguagens e dentro dessa semiologia dos signos destacava-se a Linguística preocupada com o estudo da linguagem verbal.
Assim, o Saussure do CLG propôs o conceito de dicotomias. Dicotomias, estas, que designam a divisão lógica de um conceito em dois, de modo que se obtenha um par opositivo, destacando-se a LANGUE da PAROLE.
Como dicotomia principal, temos :

Langue/Parole

Para Saussure do CLG a língua é um sistema de valores, no qual, caracteriza todas as relações dos sujeitos.
Na Langue, destaca-se uma coletividade relacionada com a sistematização de regras da língua. Trata-se de um estudo voltado para avaliar os componentes gramáticais.
Como Parole, destaca-se o individual, ou seja, a maneira da produção dos enunciados é de forma particular de cada sujeito empregando a língua de acordo com sua necessidade.
Para os estruturalistas, dedicou-se mais um estudo voltado para a Langue, deixando de considerar a Parole.
É na Langue que encontramos a sincronia e diacronia, no qual, desenvolveu-se um estudo diacrônico; durante a fase anterior do estruturalismo e durante os estudos Saussurianos do curso de linguística geral considerou-se a sincronia como forma de análise.
Todavia, segundo estudos de Bouquet, Saussure dos ELG consideraram um estudo da língua e da fala de maneira mais próxima, caracterizando como uma dupla essência da linguagem, capaz de simbolizar a construção de uma realidade e não de traduzir a mesma. Como simbolizar, destaca-se a capacidade de nós interpretarmos signos que não existem.

OBSERVAÇÃO: Apesar de haver várias concepções dos pensamentos de Ferdinand de Saussure, é importante considerar um estudo da língua num aspecto de totalidade e saber que existem diferentes formas de análise de Saussure: Saussure dos ANAGRAMAS, Saussure do CLG e Saussure dos ELG.


Referências:
-Anotações minhas feitas em sala de aula
Disciplina: Epistemologia da Linguística;

-Mini-Curso Filosofia da Linguística: de um pseudo Saussure no CLG ao Saussure dos ELG.
( 8ª Jornada Científica e Tecnológica da UFSCar 2009).


sábado, 12 de setembro de 2009

Objeto e Campo teórico da Linguística

Ainda tomando o livro Ensaios de Filosofia da Linguística, mais especificamente o capítulo 2, observamos que o autor se detém em estudos de duas vertentes. São elas: Nocional e Filológica.

- A Vertente Nocional
É uma vertente que vai analisar a linguagem de um ponto Som/Sentido, representando-a como linguagem do mundo.

Representantes:
Platão, Aristóteles, os Estóicos (na Grécia Clássica), os gramáticos de Port-Royal e demais linguístas cartesianos.

- A vertente Filológica
Essa vertente admite algumas variações, desde que considere-se a questão prescritivo-normativo. Neste modelo pretende-se preservar formas de língua tidas "Clássicas", dedicando-se a formas de descrição muito detalhada.

Representantes:
Gramáticos Alexandrinos, Prisciano (século V), Aelfric (séculoX), os vernaculistas do século XVI.

É importante mencionar nessas anotações que ambas as vertentes não são, num certo sentido, mutualmente exclusivas, ou seja, ambas as vertentes sofrem influências umas das outras, havendo uma série de "intersecções" entre elas.

Referência:
- Anotações minhas feitas em sala de aula.

sábado, 5 de setembro de 2009

Concepções de Chomsky

Chomsky foi um grande estudioso do gerativismo. Ele tratava as questões da linguagem de uma maneira diferentes dos estudiosos do estruturalismo. Dentro de suas concepções, temos:

-A linguagem era adquirida através do ESTÍMULO e RESPOSTA, ou seja, as crianças já nasciam pré-dispostas à linguagem;
-De acordo com Chomsky, os sujeitos seguem as regularidades da língua, ou seja, eles sabem o que estão dizendo;
-Chomsky questiona as questões estruturalistas;
-Segundo ele, os enunciados são produzidos dentro de uma Estrutura Superficial e uma Estrutura Profunda, ou seja, através da análise, pode-se fazer uma dupla possibilidade de leitura. Assim, Chomsky está preocupado em analisar o nível sintático dos enunciados. É importante destacar que para os estruturalistas americanos há apenas uma análise da estrutura superficial.

Universais Linguísticos segundo Chomsky:

-Recursividade

É a produção de sentenças complexas a paritr de sentenças simples. Segundo Chomsky, a capacidade de produzir sentenças complexas é inerente ao sujeito, ou seja , já é próprio de sua natureza.

-Todas as línguas têm um sujeito e predicado.

Assim, do estudo das teorias de chomsky, podemos inferir que a base de todas as suas proposições é o Dedutivismo, ou seja, é formular uma hipótese sem considerar uma análise empírica.

Observação:
Chomsky faz uma crítica ao estruturalismo de Bloomfield e não de Saussure.


Referência:
Anotações minhas feitas em Sala de Aula segundo capítulo 2 do livro: Ensaios de Filosofia da linguagem ( O que trata a Linguística, Afinal ?)
Disciplina: Epistemologia da Linguística.

Epistemologia da Linguística

Dentro dos estudos linguísticos desenvolveu-se grandes movimentos preocupados em analisar as questões da língua. São eles: Estruturalismo, Gerativismo, Funcionalimo e Materialismo Histórico.
Assim, com o desenvolvimento da epistemologia linguística procurou-se explicar as diferentes teorias do conhecimento através de estudos epitemológicos.
Segundo Thomas Khun, esses movimentos constituem grandes Paradigmas que representam diferentes concepções epistemológicas. De acordo com sua teoria, cada movimento é um paradigma que engloba todas as suas análises específicas em torno da linguagem. Com isso, dizia que cada paradigma era posto em um momento epistemológico único não sendo influênciado por outros movimentos, ou seja, cada "campo do saber" assume seu papel epistemológico sobre as teorias linguísticas. Após o paradigma do estruturalismo vinha o paradigma do gerativismo, paradigma do Materialismo Histórico e finalmente o paradigma do Funcionalismo ( formas de se pensar a linguagem quanto escolas, vertentes de estudo), não havendo relação entre as concepções. Os Estudos eram feitos somente dentro de seus paradigmas e toda vez que mudava-se o mesmo fazia um corte epistemológico representando uma nova forma de tratar as questões da língua.
Já Lactus, em contraposição de Thomas Khun, dizia que esses paradigmas eram influênciados uns pelos outros. Segundo Lactus, os paradigmas estão em convivência. As teorias que não davam conta de explicar todas as questões da línguas eram levadas em consideração pelos outros movimentos, buscando aprofundar-se mais sobre determinados conceitos.


Referência:
Anotações minhas feitas em Sala de Aula.
Disciplina: Epistemologia da Linguística

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

A linguagem Animal e a Linguagem Humana.

Para análise do tema, tomo como referência a linguagem das abelhas. Em 1959 foi publicado por Karl Von Frisch um estudo acerca do sistema de comunicação usados por esses animais. De acordo com a pesquisa, a abelha-obreira, ao encontrar uma fonte de alimento, ela comunica a informação às outras companheiras por meio de danças. A primeira tem aspecto circular, traçando círculos horizontais da direita para esquerda ou vice-versa. A segunda dança tem semelhança de um oito em que a abelha contrai o abdome, segue em linha reta, informando a localização do suposto alimento.
Segundo Émile Benveniste (1976), temos: " embora seja bem preciso o sistema de comunicação das abelhas-ou de qualquer outro animal cuja forma de comunicação já tenha sido analisada- ele não constitui uma linguagem, no sentido em que o termo é empregado quando se trata de linguagem humana". Na linguagem das abelhas há a percepção de signos que são compreensíveis para as outras abelhas da colméia. Assim, podemos observar que essa comunicação é entendida pelas outras abelhas de forma única para aquele grupo.
Em suma, então podemos dizer que a comunicação das abelhas não é uma linguagem, mas sim um código de sinais, no qual, esse sistema de transmissão da comunicação está inscrita dentro de uma comunidade e todos seus integrantes irá compreendê-lo da mesma forma.

Referências BIbliográficas:
Introdução à Linguística, volume 1
Org. José Luiz Fiorin

O que é a LInguística ? A Influência de Ferdinand de Saussure.

O termo linguagem pode ter uma abrangência muito grande caso não há uma especialização bastante extensa do assunto, pode-se referir a linguagem dos animais até outras linguagens como a música, dança, pintura, etc.
Para o campo das ciências da linguagem, mais específicamente a linguística, convém enfatizar que a mesma detém-se somente na investigação ciêntífica da linguagem verbal humana.
No século XX, um pensador procurou explicar os mecânismos da linguagem através do estruturalismo, seu nome é Ferdinand de Saussure. Segundo ele, a língua é considerada como um sistema de valores. Por VALOR podemos dizer que é todas as relações e oposições entre os termos que ocorrem numa mesma estrutura, sendo consideradas como sistemas de signos usadas para estabelecer uma comunicação.
Para o mestre genebrino, "a Linguística tem por único e verdadeiro objeto a língua considerada em si mesma, e por si mesma".
Com o decorrer do tempo, percebeu-se que Saussure desconsiderou aspectos importantes para o desenvolvimento dos estudos sobre a linguagem. São eles: O Sujeito, a História e o Referencial ( ponto de vista ). Esses aspectos serão retomados por outros estudiosos como Chomsky, Ducrot nos movimentos posteriores ao estruturalismo.


Referências Bibliográficas:
-Anotações minhas feitas em salas de aula;
-Introdução à Linguística, vol. 1
Org. José Luiz Fiorin.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

"Objeto Observacional e Objeto Teórico". Conceitos do Livro Ensaios de Filosofia da Linguística

As anotações que farei sobre este assunto referem-se ao capítulo 2 do livro Ensaios de Filosofia da Linguística. O capítulo trata do seguinte tema : De que trata a Linguística, afinal ?

A princípio tomarei os seguintes conceitos para a análise de minhas anotações: Objetos Observacionais e os Objetos Teóricos.
Antes de começar minha análise é importante notar que no início do texto questiona-se qual o campo de estudo da linguística. Assim, podemos dizer que para essa ciência não há um objeto de estudo específico, mas sim um pluralismo teórico acerca dos assuntos.
Para o desenvolvimento do tema é importante mencionar um fragmento retirado da folha online UOL do dia 21/08/09 (folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u612987.shtml). A notícia é a seguinte: " Apesar de permanecer no cargo, Mercadante criticou a decisão do comando do PT de orientar os senadores da bancada pelo arquivamento de todos os processos contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), no Conselho de Ética".
A partir do fragmento, é utilizado três exemplos que descrevem o conceito de objeto observacional e objeto teórico. São eles: A Gramática, a Retórica e a Linguística.

GRAMÁTICA:
"Apesar de permanecer no cargo, Mercadante criticou a decisão do comando do PT ..."

O trecho em destaque mostra uma oração sendo regida por regras gramaticais, no qual, há uma ligação entre a oração subordinada adverbial concessiva e a oração principal. O objeto observacional constitui-se da materialidade do texto, ou seja, do texto propriamente dito. Assim, sobre o objeto observacional retratado pela reportagem, analisamos o objeto teórico que é proposto no campo gramatical através da análise sintática dos termos da oração.

RETÓRICA:
"Apesar de permanecer no cargo, Mercadante criticou a decisão do comando do PT ..."

Sobre o mesmo objeto observacional, agora, mudando o objeto teórico como foco da análise, encontramos uma distinção comparada com a gramática. Neste momento, como objeto teórico, observamos a preocupação voltada para a argumentação dos fatos.

LINGUÍSTICA:
É analisada através de diferentes vozes que perpassam o texto, ou seja, as diferentes formas de leituras feitas por diferentes pessoas.

Nota-se, portanto, que sobre um mesmo objeto observacinal podemos analisar diferentes objetos teóricos.
Referências:
-Anotações minhas feitas em sala de aula.

História da Linguística segundo Mattoso Câmara Jr.

A linguística é considerada uma ciência muito nova, apenas um século de existência. Ela começou a ser analisada propriamente dita a partir de Ferdinand de Saussure, no século XX. Aqui no Brasil, quem dedicou-se a estudar as teorias linguísticas foi Joaquim Mattoso Câmara Jr. Foi Mattoso Câmara quem publicou o primeiro compêndio de linguística da língua portuguesa nos anos de 1940 e sistematizou a língua falada pelos brasileiros. É responsável pela implantação do estruturalismo no Brasil, na qual, propunha-se compreender uma totalidade da língua como estrutura definida através das relações entre os elementos.
Assim, foi publicado um livro muito importante para a compreensão da linguística. Seu nome é História da Linguística. Segundo essa obra há a divisão entre: Pré-linguística, Paralinguística e Linguística.


Referências Bibliográficas:
- Anotacões minhas feitas em sala de aula;
-História da Linguística, 4ª Edição, Petrópolis 1986
-Site UOL do instituto ciência hoje.