sábado, 31 de outubro de 2009

Estágios da Aquisição da Linguagem

Os seres humanos, segundo uma abordagem gerativa, são capazes de produzir sentenças complexas a partir de sentenças simples,a partir da recursividade, ou seja, nascemos com uma faculdade da linguagem, no qual, trata-se de uma capacidade inata dos seres. Assim, cada um desenvolve-se uma gramática internalizada influenciando a maneira de comunicação no cotidiano com outros sujeitos.
Assim, o início desse processo se dá pela aquisição da linguagem ao longo do crescimento desse ser. Dividirei em etapas a minha análise.

1ª Etapa:

Estágio dos Balbucios:
A criança, nesse momento, produz sons aleatoriamente, no qual, não segue um princípio de organização da língua. Assim, é uma fase de interpretação das coisas.

2ª Etapa:

Aquisição da Língua (6 meses)
Nessa etapa, a criança tenta interpretar as falas dos adultos e assim, começa a produzir fonemas que acontecem na sua língua materna.

3ª Etapa

Palavras Isoladas ( 8 à 10 meses)
Nesse período, a criança começa a desenvolver palavras isoladas, no qual, assumem posições de frase específicas, ou seja, essas palavras tem valor de frases prontas. Esse processo é conhecido como OLOFRÁSTICO.

4ª Etapa

Frase com duas Palavras ( 14 à 15 meses)
Nesse período dá-se o processo da sintaxe. Uma sintaxe diferente da dos adultos, no qual, é rudimentar e simples.

5ª Etapa

Adquire a Linguagem (18 à 24 meses)
Nessa etapa há o desenvolvimento de sentenças com verbos, que conforme a criança vai crescendo e se relacionando com outras crianças vai possibilitar a ampliação de seu vocabulário.

6ª Etapa

Processo de maturidade da linguagem, ou seja, maturidade linguística.



Referências:
- Anotações minhas feitas em sala de aula.

sábado, 17 de outubro de 2009

Questões para o Aprendizado

Questões
Questões propostas pelo professor Roberto durante a aula Epistemologia da Linguística.

1) O programa de pesquisa gerativista assume como um dos seus pressupostos que a linguagem é uma capacidade inata dos seres humanos. Segundo os gerativistas, quais são as evidências que sustentam esse pressuposto?

R: Segundo a gramática gerativa de Noam chomsky, a capacidade de linguagem é inata nos sujeitos falantes, ou seja, tem um caráter biológico, natural. Para os gerativistas uma das evidências que essa Faculdade de linguagem esteja ligada ao fator biológico são alguns problemas patológicos que envolvem áreas específicas da linguagem no cérebro humano. Como exemplo, temos a afasia, um problema que afeta a capacidade de aquisição da linguagem. Com esse exemplo, podemos refletir que o conceito de faculdade de linguagem proposto por Chomsky sustenta essa teoria de aproximar as ciências humanas das ciências naturais. Outro exemplo que pode ser relacionado como uma evidência de a linguagem ser uma capacidade inata é o andar Bípede. Essa atividade desenvolvida pelos seres humanos já é inerente a sua espécie, ou seja, caracteriza-se como uma pré-disposição biológica, basta desenvolver essa capacidade; diferentemente da escrita que tem caráter de aquisição cultural, no qual, é aprendida ao longo do crescimento humano.

2) A linguagem humana no entendimento humano de Noam Chomsky baseia-se em uma propriedade elementar chamada de PROPRIEDADE DA INFINITUDE DISCRETA. Explique o que vem a ser tal propriedade.

R: A propriedade da infinitude discreta consiste na produção de infinitas sentenças com base em um número finito de regras gramaticais que transforma uma estrutura em outra. Assim, é esse sistema de regra que assume como o conhecimento linguístico existente na mente do falante de uma língua, no qual devia ser descrito e explicado pelos gerativistas.

O Gerativismo de Noam Chomsky

Considera-se o ano de 1957 a data do nascimento da Linguística Gerativista com a publicação do livro Estruturas Sintáticas de Noam chomsky.
A linguística gerativa ou gramática gerativa foi inicialmente formulada como uma resposta e rejeição ao modelo behaviorista do estruturalismo americano. Para os estruturalistas americanos, principalmente para Leonard Bloomfield, os sujeitos eram caracterizados como tábulas rasas, pois não nasciam com a capacidade de linguagem, ou seja, para os estruturalistas norte-americanos a linguagem era adquirida através da interação dos sujeitos com a sociedade em que viviam, a partir do nascimento. Já para os gerativistas a linguagem era uma capacidade inata, tida para Chomsky como a Faculdade de Linguagem.
Segundo Noam Chomsky, a criatividade é o principal fator responsável pela identificação da linguagem humana, pois o ser humano é capaz de criar, interpretar e reproduzir outras formas de comunicação. Assim, podemos dizer, segundo a gramática gerativa que há uma aproximação das ciências naturais com as ciências humanas.

Para confirmar esse princípio de que a linguagem é uma capacidade inata, os gerativistas destacam alguns problemas patológicos que envolvem algumas áreas do cérebro humano responsável pela linguagem, por exemplo: a afasia, um problema que afeta a capacidade de aquisição da linguagem.

Gramática como Sistema de Regras:

Os gerativistas defendiam que com um número finito de regras gramáticais podemos formular infinitas sentenças de uma língua. Esse princípio do gerativismo ficou conhecido com Propriedade de Infinitude Discreta.
Os linguístas gerativistas tem dois princípios: a Competência e o Desempenho linguístico.

A competência destaca-se como a nossa capacidade de produzir variadas sentenças, ou seja, o sujeito sabe produzir sentenças de acordo com uma gramática interna, no qual, já sabemos distinguir uma frase gramatical ou agramatical. Assim, consideremos o seguinte exemplo:

Exemplo: "O menino caiu no chão".
De acordo com uma gramática interna de cada sujeito, cada um sabe distinguir que essa frase é pertencente a normatividade, ou seja, gramatical. Entretanto, podemos ter a seguinte forma:

Exemplo: * "o caiu menino no chão"
Diante dessa sentença, podemos observar que é uma frase agramatical da língua portuguesa ( por isso que a frase aparece antecidida do asterisco, que indica a agramaticalidade) e com isso cada sujeito falante do português irá saber interpretá-la.

Como Desempenho, temos as produções dos enunciados. Consideremos o seguinte exemplo:

Em uma sala de aula, a professora quando foi referir-se a classe, proferiu a seguinte oração:
"Vocês irão bintar"
De acordo com a oração anterior a professora em vez de falar "pintar" pronunciou "bintar". Assim, a partir dessa situação, a professora cometeu um pequeno erro no pronunciar, no que não significa que seus conhecimentos de português tenha sido abalado. O que ocorreu não foi um problema de conhecimento, mas sim no uso, de Desempenho.

A Gramática Universal:

Com o desenvolvimento da linguística Gerativa no início dos anos de 1980, a ideia da competência foi cedendo lugar à Gramática Universal, no qual, nós sujeitos falantes, podemos criar sentenças de acordo com nossa gramática interna.
Como Universais Linguísticos, Chomsky diz:

- Toda Língua tem um Sujeito e Predicado;

-Fenômeno da Recusividade, no qual, podemos transformar sentenças simples em sentenças complexas;

-A linguagem para os seres humanos, segundo o gerativismo, é uma capacidade inata, no qual, relaciona-se com o natural, biológico. Assim, representada pela gramática universal, somos aptos para desenvolver a gramática de uma língua;

- Todas as línguas têm um sistema numérico;

-Todas as línguas têm uma capacidade de memória, ou seja, a produção de vários enunciados de acordo com o conhecimento adquirido ao longo da interação com outros sujeitos falantes.

Problemas Relacionados com a Cognição segundo Platão e Orwell

Sobre essa questão, ressalta-se duas correntes que explicam a cognição humana.

1ª) Platão

Nessa concepção, temos a aprendizagem de termos baseados em números finitos de informação, ou seja, a partir de poucas evidências podemos adquirir muito conhecimento. É sobre essa perspectiva que volta-se a linguagem proposta por Chomsky.

2ª)Orwell

Nessa concepção, considera-se através de um número infinito de informações, a aquisição de partes, ou seja, a partir de um número infinito de informações, adquirimos parte dessas informações para o nosso conhecimento.

Aquisição e Aprendizagem da Linguagem

Segundo Chomsky, a linguagem é da ordem da AQUISIÇÃO e não da APRENDIZAGEM.
Praticar uma língua estrangeira até 14 ou 15 anos de idade é de forma natural, pois estamos aptos para o desenvolvimento de diferentes maneiras de comunicação, sendo assim, adquirimos uma aquisição da língua. Após esse período é mais complicado adquirir uma linguagem, pois passamos a APRENDER-LA.





Referências:
- Anotações minhas feitas em sala de aula
Disciplina: Epistemologia da Linguística;
-Manual de Linguística
Mário Eduardo Martelotta

domingo, 4 de outubro de 2009

Estruturalismo: A Corrente Norte-Americana

A princípio de minhas reflexões, gostaria de destacar a seguinte afirmação: Sobre o conceito de ESTRUTURALISMO, a Linguística Moderna conhece duas vertentes: A Europeia e a Norte-Americana.

O estruturalismo norte-americano tem como representante Leonard Bloomfield que desenvolve seus trabalhos de acordo com a corrente da Linguística distribucionalista. Assim, é publicada em 1933 a obra "Language", marcando essa vertente estruturalista norte-americana. Essa teoria da linguagem vigora-se nos Estados Unidos até aproximadamente 1950. Assim, é importante ressaltar que a partir dessa data, o estruturalismo americano é visto de maneira independente do estruturalismo Saussuriano desenvolvido na Europa.
O objetivo da teoria formulada por Bloomfield é a elaboração de um sistema de conceitos à descrição sincrônica.
De acordo com a linguística distribucional, o estudo da língua é composto da seguinte maneira:

1.A Constituição de um Corpus, ou seja, um conjunto de diferentes enunciados;

2. A elaboração de um inventário, a partir desse Corpus, que permite determinar as unidades de cada nível;

3. A verificação das leis de combinação das diferentes classes;

4. A exclusão de qualquer indagação que compõem esse corpus.

A Linguística de Bloomfield baseia-se na psicologia Behaviorista, que tem Skinner como um de seus maiores teóricos. Assim, sua teoria é proposta, no qual, diz que para um sujeito identificar o objeto "cadeira", por exemplo, ele é preciso estar perto do mesmo para entender o que é realmente. Com isso, na perspectiva de Skinner, termos como "conteúdo", "significado" ou "referente" devem ser desprezados enquanto utilizados em respostas verbais.

Para Refletir: Conceitos do Estruturalismo.

1) Língua (Langue) e Fala ( Parole);

2) "A Linguística tem por único e verdadeiro objeto a língua considerada em si mesma e por si mesma" ( Ferdinand de Saussure);

3) "A Língua é um sistema cujas partes podem e devem ser consideradas em sua solidariedade sincrônica" ( Saussure, 1975);

4) O Signo Linguístico é ARBITRÁRIO.

Referências:
-Anotações minhas feitas em sala de Aula;
-Manual de Linguística
Org. Mário Eduardo Martelotta, Editora Contexto, Edição 2008