domingo, 29 de novembro de 2009

O Materialismo Histórico


Com base no exemplo acima, venho explicar as correntes teóricas sobre os pensamentos de cada período. Considerando a estrutura "os meninos", podemos dizer que para os Estruturalistas sua análise era voltada para um viéis DESCRITIVISTA.

Agora, considerando a mesma estrutura, porém com uma visão Gerativista, a explicação da mesma voltava-se para um viéis EXPLICATIVO.

Após essas duas vertentes históricas sobre os conceitos de língua e linguagem, tratarei de um novo pensamento: O Materialismo Histórico, também conhecido como Análise do Discurso. Existe quatro vertentes desse pensamento:

1) Análise do Discurso de orientação francesa -> Michel Pêcheux;

2)Análise do Discurso de orientação francesa -> Michel Foucault;

3)Análise do Discurso de orientação bakhtiniana -> Mikhail Bakhtin;

4)Análise Crítica do Discurso -> Norm Fairclough

Análise do Discurso -> Michel Pêcheux
Nessa vertente, vai-se estudar a relação da linguagem com a história com base numa luta de classes. É nesse momento que tenta-se trabalhar com a ideologia sobre o conceito de discurso.

Análise do Discurso -> Michel Foucault
Nessa vertente, considera-se as condições de possibilidade para a construção dos enunciados, ou seja, é o momento da história em que determinados discursos são tomados como estatutos de verdade.

Análise do Discurso -> Mikhail Bakhtin
Como resultado desse período, temos os estudos voltados para a linguagem entre um EU e o OUTRO. É o OUTRO que possibilita que o EU produza a linguagem.

Análise Crítica do Discurso -> Norm Fairclough
Esse estudo caracteriza as determinadas lutas sociais que se materializam nas práticas discursivas. Como exemplo desse momento temos os discursos do politicamente correto.

Para meus estudos, analisarei as características da Análise do Discurso de orientação francesa de Michel Pêcheux.

A Análise do Discurso surge no final dos anos de 1960 com Michel Pêcheux, numa tentativa de construir uma teoria geral da ideologia voltada para a linguagem. Essa visão se baseou nas ideias de Althusser. O propósito, neste momento era pensar não mais na língua, mais sim em um novo objeto de estudo, O Discurso. Com isso o materialismo histórico surge com a articulação de três regiões do conhecimento: MARXISMO (Althusseriano), PSICANÁLISE ( Lacaniano) e o ESTRUTURALISMO ( Saussure).
Podemos dizer que a A.D possui uma dupla certidão de nascimento, pois ela surge com a publicação da revista Langages, nº 13 de Jean Dubois 1969 e a publicação do livro "Análise Automática do Discurso" de Michel Pêcheux
Inicialmente a análise do discurso tem sua abordagem dentro do discurso político. Segundo Maingueneau, a A.D, como ficou conhecida, dividia-se em três aspectos.

1º Discussão francesa voltada para a significação;

2º Teoria de leitura do discurso político;

3º Um produto político- científico, no qual, propunha não só avançar nos estudos sobre a linguagem, mas também pensar numa visada política, ou seja, conscientizar as massas (população).

A teoria da Análise do Discurso baseia-se numa teoria que constitui a análise sem um arcabouço teórico. Segundo Denise Maldidier há as três fases da Análise do Discurso

-O tempo das grandes construções ( 1969 à 1975)

- Tateamento ( 1976 à 1979)

- A desconstrução domesticada ( 1980 à 1983)

Em suma, Michel Pêcheux pensa nos efeitos de sentido com base nas condições de produção, ou seja, nenhum sujeito é livre para falar em qualquer momento, qualquer coisa em qualquer circunstância. Se mudamos as condições de produção, mudamos, consequentemente, os efeitos de sentido produzidos.





Referências:
- Anotações minhas feitas em sala de aula.
Disciplina: Epistemologia da Linguística

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

"Sintaxe: Explorando a Estrutura da Sentença"

RESENHA

NEGRÃO, Esmeralda Vailati; SHER, Ana Paula; VIOTTI, Evani de Carvalho. “Sintaxe: explorando a estrutura da sentença”. in FIORIN, José Luiz. (Org.). Introdução à linguística II: princípios de análises. 2ª ed. São Paulo: Ed. Contexto, 2003.

Esta obra tem a finalidade de analisar os percursos que cada sujeito realiza quando produzem os seus enunciados, ou seja, com base no conhecimento inato que cada um tem sobre sua língua, podendo, assim reconhecer as categorias gramaticais que utiliza na produção das sentenças.

No texto as autoras formulam alguns pressupostos de como a teoria gerativista atua no campo da língua, em específico, da sintaxe. A principal tese da teoria é a de que existe no falante de língua natural um saber inato sobre a estrutura de sua língua, o que faz com que, dentre outras coisas o falante reconheça uma sentença agramatical. Eis alguns pressupostos:

1- O falante de qualquer língua natural tem conhecimento inato sobre como os itens lexicais de sua língua se organizam;

2- A competência linguística permite ter intuições a respeito de agrupamentos lexicais;

3- A competência nos ajuda a perceber que a sentença não é o simples resultado de ordenação linear, mas sim de forma hierárquica.

4- Os falantes de uma língua sabem que um certo item lexical pertence a uma determinada categoria gramatical;

As autoras analisam como os falantes de línguas naturais possuem uma noção de categoria gramatical, mostrando como nossa competência e a nossa performance contribuem para que cada sujeito falante entenda e reproduza sua língua. A competência lingüística, segundo a teoria gerativista, é a capacidade inata que os falantes de uma língua têm. Assim, mesmo que implicitamente, os falantes sabem que os itens lexicais fazem parte ou se distribuem em categorias gramaticais. Nesse sentido, há palavras que possuem as mesmas propriedades gramaticais, pois têm o mesmo comportamento. São apresentadas várias manobras de estruturação de sentenças para explicar como a competência lingüística funciona e é de caráter biológico, cabendo ao falante a atualização e/ou desempenho desse saber. No texto é apresentado como os nomes, os verbos, os advérbios, os adjetivos são categorizados a partir da noção gerativista, bem como a estrutura de constituintes e o processo de construção dos agrupamentos dos itens lexicais (propriedades caracterizadoras das categorias).

Resenha Escrita por:

Clarissa Neves Conti

Felipe Marques de Menezes

Marco Antonio Almeida Ruiz

Mônica Menezes Santos

Natália Monteiro da Silveira