sábado, 12 de junho de 2010

Fase Linguística por Mattoso Câmara Junior

Em um primeiro momento descrevi algumas características e proposições de Joaquim Mattoso Câmara Junior em uma fase conhecida como Fase Pré-Linguística. Agora, venho destacar a Fase Linguística com suas devidas ocorrências.

Fase Linguística

-Teoria Linguística:

Esse momento é marcado pela publicação do livro Princípios de Linguística Geral por Mattoso Câmara, considerado como o trabalho inicial da descrição da Linguística no Brasil.

- Descrição do Português:

Preocupação com a descrição do português e as suas características linguísticas.

- Estudos Estilísticos:

Os trabalhos nesse momento são destinados a marcar e frisar a estilística da língua e a estilística da literatura, ou seja, pensava-se na estilística como o ponto de cruzamento das características da língua com as da literatura.

- História das Ideias Linguísticas

Nesse momento, pensava-se em descrever e explicar como a linguística se constituiu na Europa e nos Estados Unidos. Enquanto os estudos linguísticos da europa se desenvolveu baseados em estudos filológicos, a linguística americana propôs seus estudos numa base descritivista (pragmática) voltadas para descrever as línguas indígenas americanas. Assim, tentava explicar como a linguística brasileira lidava com essas duas vertentes de estudos.

- Divulgação Científica

Essa fase marca duas importantes análises. A primeira é voltada para a divulgação de pesquisas linguísticas nos Estados Unidos, Europa e no Brasil por meio de publicações de resenhas, obras de linguístas americanos, brasileiros e europeus nos mais diversos meios de comunicação, como jornais e revistas do Rio de Janeiro. A segunda preocupa-se em desenvolver estudos linguísticos que poderiam contribuir para o ensino do português, ou seja, uma tentativa de didatizar textos científicos da área linguística em uma linguagem mais facilitada com o intuito de ensinar as características da língua numa maneira que todos a entendesse.



Referências:
- Anotações minhas feitas em sala de aula.
Disciplina: Linguística no Brasil

sábado, 24 de abril de 2010

Mattoso Câmara et le Langue Orale

A seguir farei um pequeno resumo do texto: Mattoso Câmara e a Língua Oral, organizado por Carlos Eduardo Falcão Uchôa.

Até os anos 60, encontramos o predomínio dos estudos filológicos (ciência da linguagem vigente). Esses textos eram fundamentais para se analisar textos literários.
Em seus estudos, Mattoso Câmara dedicava-se a analisar a língua portuguesa nas perspectivas sincrônicas e diacrônicas, numa espécie de ecletismo. Essa concepção de Mattoso pode ser considerada positiva, pois era uma tentativa de se implantar uma identidade linguística no Brasil da época.

Mattoso não rompe, assim, com a tradição filológica que já antes da década de 40, reunia um grupo de estudiosos: Said Ali e Antenor Nascentes.
Said Ali dedicava seus estudos nas características de uma gramática normativa, prescritiva.

Antenor Nascentes foi responsável por estudar e caracterizar os diversos falares do Brasil. Foi alvo de muitas críticas em seus estudos por preconizar algumas regiões, principalmente a região de Mato Grosso, por defender que aquela localidade possuía um falar incaracterístico.

Assim,Mattoso continua seus estudos ao longo do tempo sem quebrar o paradigma, ou seja, a ciência muda quando não dá mais conta de explicar as novas ocorrências.

Na sua trajetória, Mattoso Câmara é considerado o primeiro professor de Linguística no curso de Letras, pois foi ele que lutou para que isso acontecesse. Foi responsável por desenvolver os Princípios de Linguística Geral, marco importante que contribuiu com a linguística no Brasil.




Referências:
- Anotações minhas feitas em sala de aula
Disciplina: Linguística no Brasil
Professor Doutor Roberto Leiser Baronas

Mattoso Câmara et le Langue Orale (Org. Carlos Eduardo Falcão UCHÔA)

A princípio é necessário destacar que o texto que baseio minha análise foi publicado na revista Estudos da Língua(gem)- 2005, organização de Carlos Eduardo Falcão Uchôa, em comemoração aos 100 anos de Joaquim Mattoso Câmara Jr.

A seguir, apresentarei algumas perguntas feitas por mim durante a leitura e compreensão do texto: Mattoso Câmara e a Língua Oral.

Questionamentos:

1. Mattoso Câmara, em seu primeiro momento de estudos se dedica numa fase filológica, procurando interpretar textos antigos em busca de sentidos, mas em seu segundo momento encontramos um autor voltado para a descrição do português, características da língua falada, contrapondo-se com a análise de textos filológicos. Porquê dessa contradição?

2. Mattoso Câmara, em seus estudos, está inserido em qual das correntes estruturalistas: americana ou europeia? Ele sofreu grandes influências do gerativismo de Noam Chomsky?

3. Apesar de levar em consideração um ecletismo nos conceitos de sincronia e diacronia, qual aspecto Mattoso considera na sua análise? Era baseada a partir dos conceitos da historiografia?

4. O grande interesse de Mattoso nos estudos da língua oral era uma maneira de contrapor-se com os estudos desenvolvidos por Saussure?

5. A partir de que momento histórico há uma ruptura nos estudos filológicos para se estudar a descrição do português?

6. Apesar de algumas diferenças, podemos falar de uma linguística genuinamente brasileira?



Referências:
-Anotações minhas feitas em sala de aula
Disciplina: Linguística no Brasil.

terça-feira, 23 de março de 2010

Para Refletir

A partir do momento em que o sujeito entra em contato com o estudo da língua, há o questionamento de duas posições distintas no âmbito dos estudos da linguagem. Trata-se do objeto de estudo de um pensamento tradicional e do objeto de estudo de um Linguísta.
Para os leigos no assunto, pode-se pensar que ambas as áreas tratam dos mesmos assuntos e que ambas tem a função de estudar um único objeto. Porém, os dois papéis assumem posições distintas no âmbito dos estudos da linguagem.
Para um gramático ou pensamento tradicional leva-se em consideração a prescrição, as normas que regem a composição de uma dada língua estudada, ou seja, há uma preocupação em expressar a língua conforme uma gramática vigente. Uma forma de análise é a correção de textos segundo a norma gramatical.
O foco de estudo de um Linguísta, baseia-se em descrever a língua de um ponto de vista científico, ou seja, tenta explicar e descrever as diversas estruturas que compõem uma língua e as diversas formas de analisá-la.
Ambos os papeis são muito importantes e muito respeitáveis na sociedade, cada um contribui com seus estudos para construção e explicação dos fenômenos relacionados com a Língua e a linguagem.



Referências:
- Anotações Minhas feitas em sala de aula;
Disciplina: Linguística no Brasil

Proposta de Atividade

Nesse tópico, destacarei algumas perguntas propostas pelo meu grupo sobre a discussão em sala de aula do texto Retrospectivas e Perspectivas da Historiografia da Linguística no Brasil de Cristina Altman da Universidade de São Paulo.
As perguntas contém alguns questionamentos do grupo sobre a apresentação dos tópicos do texto, tentando reproduzir uma espécie de diálogo entre nós (alunos de graduação) e a autora.

- Registro Histórico das Tradições Linguística:

1ª. É possível que a Historiografia privilegie alguns fatos em detrimento de outros? Quais seriam os critérios para determinar a importância de certas questões?


2ª. De que forma se pode determinar o princípio da identidade latino-americanas?

Nessa questão, podemos relacionar esse momento do princípio da identidade latino-americanas a partir do momento em que se estabelecem as línguas nacionais.

- O Registro Histórico das tradições Linguísticas Brasileiras:

3ª. A língua Tupi com estrutura latina funcionou na comunicação? Essa língua tem alguma relação com a língua geral?

-Perspectivas da Historiografia Linguística:

4ª. A historiografia linguística faz uma descrição cronológica da língua ou faz parte da perspectiva da Nova-História?

Antes de refletir sobre a questão, preciso analisar o processo da Nova-História. A Nova-História é uma perspectiva da Análise do Discurso que visa estudar os fatos históricos não levando em consideração o aspecto cronológico, ou seja, em um tempo linear. Assim, visa abordar esses fatos de uma perspectiva não cronológica, não linear.
Sobre essa questão, podemos definir que a historiografia, assim como a história das ideias e a história das mentalidades fazem parte de uma tendência da Nova-História.

5ª. Como a autora se posiciona frente a polêmica linguística no/do Brasil? Em sua opinião, por que não há uma linguística genuinamente brasileira?






Referência:
- ALTMAN, Cristina. Retrospectivas e perspectivas da historiografia da linguística no Brasil. Em: Revista argentina de historiografia linguística, 1,2,115-136, 2009

- Anotações minhas feitas em sala de aula;
Disciplina: Linguística no Brasil



domingo, 14 de março de 2010

Diferentes Concepções de História da Linguística

Há Diferentes concepções de estudo da história da linguística. Neste tópico, destacarei as quatro concepções e seus principais estudos teóricos.

- História Tradicional

Esses estudos partem da ideia de descrever os grandes acontecimentos históricos e os principais personagens que marcaram esses eventos. Assim tem a intenção de descrever e narrar esses fatos dentro de uma cronologia, ou seja, um começo, um meio e um fim.
Nos estudos da Linguística, procurou-se estudar os grandes momentos que impulsionaram o desenvolvimento dos estudos da linguagem, os grandes eventos e seus principais personagens.
Como exemplos para elucidarem minhas afirmações, destaco: O descobrimento do Brasil, a Independência do Brasil, etc. Como grandes personagens históricos, temos Pedro Álvares Cabral, Dom Pedro I, etc.

- História das Mentalidades

Nesse período há o pensamento de tentar entender o sistema de crenças e valores de uma época e grupo, ou seja, a organização das mentalidades se preocupa conforme os valores assumidos dentro de uma sociedade. Assim, encontramos em uma dada época certos valores que analisados em outro momento histórico não adquirem importância ou a mesma relevância.
As Mentalidades sofrem mudanças ao longo do tempo e junto com elas certas crenças e valores também assumem diferenças de acordo com cada período histórico. Ao contrário da história tradicional, a história das mentalidades preocupava-se em descrever pequenos acontecimentos históricos e seus personagens.
Por exemplo, encontramos a mentalidade de que o novo é melhor do que o antigo.

Na LINGUÍSTICA pensava-se que grandes escolas como o Estruturalismo abrangia um conteúdo teórico incontestável e único para todos, ou seja, durante os estudos estruturalistas pensava-se que haveria apenas conceitos universais sobre o tema e com o tempo esses estudos eram substituídos por outros conteúdos históricos como o Gerativismo, funcionalismo, etc.
Na verdade, trata-se de um sistema de valores e crenças que sustentam o modo dos sujeitos se portarem em uma sociedade. Assim, encontramos uma teoria capaz de determinar o modo de pensar dos sujeitos falantes.

-História das Ideias

É o conjuntos de ideias e representações que sustentam os sujeitos, ou seja, nesse momento encontramos não mais um pensamento único de teorias. Agora, o importante era descrever as diferentes visões de um componente teórico como o estruturalismo. Era mostrar diferentes perspectivas em torno de um movimento, de uma escola. Assim, pretende-se estudar as diferentes concepções do estruturalismo desenvolvidos por cada estudioso e considerá-las relevantes para o funcionamento desse conteúdo histórico analisado, ao mesmo tempo causando uma relação conflitiva, pois são os sujeitos que praticam as ações e fazem as interpretações de acordo com o que entenderam, ou seja, os sujeitos são participantes altamente ativos.

Exemplo: Diversos conceitos do estruturalismo em conflitos de ideias.

Na LINGUÍSTICA procura-se observar os sujeitos que interpretam e constroem seu sistema de representação a partir dos conceitos que trabalham em torno dos aspectos da linguagem.

- Historiografia

É a maneira de como a história foi escrita. Refere-se à metodologia e as práticas da escrita na História. É descrever sobre a própria HISTÓRIA em si. Podemos dizer que é uma Meta-História, ou seja, a história que explica sua própria história por meio dos acontecimentos ao longo do tempo.






-Anotações Minhas feitas em sala de aula;
Disciplina: Linguística no Brasil

LINGUÍSTICA NO BRASIL

Esse momento descreverei a ementa de meus estudos a partir do 1º semestre de 2010. Essa ementa está baseada nos princípios e diretrizes da disciplina LINGUÍSTICA NO BRASIL ministrado pelo Professor Doutor Roberto Leiser Baronas da Universidade Federal de São Carlos.

Ementa da Disciplina:

" A institucionalização da Linguística no Brasil. A história da linguística no Brasil. As escolas e os domínios da linguística brasileira."



Bons Estudos

Hipóteses do Surgimento do Português no Brasil

Há duas hipóteses para o surgimento do Português no Brasil.

Uma delas refere-se a grande heterogeneidade de línguas no período da colonização, ou seja, a grande mistura de língua dos índios, imigrantes e os próprios colonizadores. Segundo essa teoria, pensava-se que a língua portuguesa surgiu dessa interação de línguas distintas e contribuído para o desenvolvimento dessa heterogeneidade linguística. Essa hipóteses é chamada de hipótese internalista.

A Segunda hipótese é chamada de hipótese externalista, pois defende o surgimento do português derivado de Portugal, ou seja, as bases de fundamentação da língua portuguesa no brasil se desenvolveu por meio das bases de Portugal. Assim, segundo essa teoria, toda a composição do português brasileiro se deu por meio de conceitos oriundos de Portugal.




-Anotações minhas feitas em sala de aula;
Disciplina: Linguística no Brasil

sábado, 13 de março de 2010

As Fases dos estudos Linguísticos

-Fase da Pré-Linguística ou Fase Gramatical

Esses estudos desenvolveram-se no século XVI a meados do século XX. Trata-se do período da constituição das gramáticas de LÍNGUA PORTUGUESA. Esses estudos tinham a influência de uma tradição greco-latina.

-Fase da Filologia

Estudos desenvolvidos em meados dos anos de 1920. Nesse momento encontramos estudos responsáveis em dar conta de interpretar textos, manuscritos antigos voltados para um cunho literário. Não há o desenvolvimento de uma teoria evolucionista das língua ao longo dos séculos.

-Fase Dialetológica

Estudos realizados no final dos anos 20. Tinha a função de mapear todas as formas diferentes do português, sejam elas as formas escritas ou faladas no Brasil. Destaca-se nesse momento os estudos do dialeto caipira desenvolvidos pelo estudioso Amadeu Amaral.

-Fase da Crítica textual

Estudos caracterizados em meados dos anos 30 e 40. Tem a intenção de trabalhar com todo e qualquer tipo de interpretação de textos e manuscritos antigos. Nesse momento a língua é estudada por meio de uma perspectiva evolutiva ao longo dos séculos.



-Anotações minhas feitas em sala de aula;
Disciplina: Linguística no Brasil

Os Estudos da LINGUÍSTICA NO BRASIL

A Linguística é uma ciência capaz de estudar os fenômenos da linguagem verbal humana. Com isso ao longo de diferentes períodos procurou-se estudar o desenvolvimento dessa ciência como responsável em descrever e interpretar os fatos de determinadas línguas sem levar em consideração as diferenças linguísticas, ou seja, para nós linguístas não nos importamos em considerar uma língua melhor que outra, mas sim descrevê-las e interpretá-las de acordo com seu desenvolvimento em uma sociedade. Não há língua melhor que a outra. Sob um olhar de linguísta, posso afirmar que todas são importantes e todas carregam características específicas de cada sociedade; cada sujeito falante, demonstrando as diversidades de línguas que habitam concomitantemente em um território. Com isso procuramos entender o real funcionamento da linguagem dentro de uma comunidade social por meio de suas diferenças fônicas, lexicais ou até mesmo semânticas.
Não podemos esquecer de mencionar nosso ilustríssimo Ferdinand de Saussure que contribuiu para os estudos da linguística no século XX e impulsionou para o desenvolvimento de uma linguística moderna. Assim, partirei de análises considerando as influências de outros estudiosos de vários momentos da história da linguística para descrever as influências ocorridas para a construção dos estudos dessa corrente teórica no BRASIL. Destacarei a importância de alguns estudiosos brasileiros como Joaquim Mattoso Câmara Junior, na elaboração e no desenvolvimento de uma linguística moderna dentro do território nacional.



-Anotações minhas feitas em sala de aula;
Disciplina: Linguística no Brasil