sábado, 17 de outubro de 2009

O Gerativismo de Noam Chomsky

Considera-se o ano de 1957 a data do nascimento da Linguística Gerativista com a publicação do livro Estruturas Sintáticas de Noam chomsky.
A linguística gerativa ou gramática gerativa foi inicialmente formulada como uma resposta e rejeição ao modelo behaviorista do estruturalismo americano. Para os estruturalistas americanos, principalmente para Leonard Bloomfield, os sujeitos eram caracterizados como tábulas rasas, pois não nasciam com a capacidade de linguagem, ou seja, para os estruturalistas norte-americanos a linguagem era adquirida através da interação dos sujeitos com a sociedade em que viviam, a partir do nascimento. Já para os gerativistas a linguagem era uma capacidade inata, tida para Chomsky como a Faculdade de Linguagem.
Segundo Noam Chomsky, a criatividade é o principal fator responsável pela identificação da linguagem humana, pois o ser humano é capaz de criar, interpretar e reproduzir outras formas de comunicação. Assim, podemos dizer, segundo a gramática gerativa que há uma aproximação das ciências naturais com as ciências humanas.

Para confirmar esse princípio de que a linguagem é uma capacidade inata, os gerativistas destacam alguns problemas patológicos que envolvem algumas áreas do cérebro humano responsável pela linguagem, por exemplo: a afasia, um problema que afeta a capacidade de aquisição da linguagem.

Gramática como Sistema de Regras:

Os gerativistas defendiam que com um número finito de regras gramáticais podemos formular infinitas sentenças de uma língua. Esse princípio do gerativismo ficou conhecido com Propriedade de Infinitude Discreta.
Os linguístas gerativistas tem dois princípios: a Competência e o Desempenho linguístico.

A competência destaca-se como a nossa capacidade de produzir variadas sentenças, ou seja, o sujeito sabe produzir sentenças de acordo com uma gramática interna, no qual, já sabemos distinguir uma frase gramatical ou agramatical. Assim, consideremos o seguinte exemplo:

Exemplo: "O menino caiu no chão".
De acordo com uma gramática interna de cada sujeito, cada um sabe distinguir que essa frase é pertencente a normatividade, ou seja, gramatical. Entretanto, podemos ter a seguinte forma:

Exemplo: * "o caiu menino no chão"
Diante dessa sentença, podemos observar que é uma frase agramatical da língua portuguesa ( por isso que a frase aparece antecidida do asterisco, que indica a agramaticalidade) e com isso cada sujeito falante do português irá saber interpretá-la.

Como Desempenho, temos as produções dos enunciados. Consideremos o seguinte exemplo:

Em uma sala de aula, a professora quando foi referir-se a classe, proferiu a seguinte oração:
"Vocês irão bintar"
De acordo com a oração anterior a professora em vez de falar "pintar" pronunciou "bintar". Assim, a partir dessa situação, a professora cometeu um pequeno erro no pronunciar, no que não significa que seus conhecimentos de português tenha sido abalado. O que ocorreu não foi um problema de conhecimento, mas sim no uso, de Desempenho.

A Gramática Universal:

Com o desenvolvimento da linguística Gerativa no início dos anos de 1980, a ideia da competência foi cedendo lugar à Gramática Universal, no qual, nós sujeitos falantes, podemos criar sentenças de acordo com nossa gramática interna.
Como Universais Linguísticos, Chomsky diz:

- Toda Língua tem um Sujeito e Predicado;

-Fenômeno da Recusividade, no qual, podemos transformar sentenças simples em sentenças complexas;

-A linguagem para os seres humanos, segundo o gerativismo, é uma capacidade inata, no qual, relaciona-se com o natural, biológico. Assim, representada pela gramática universal, somos aptos para desenvolver a gramática de uma língua;

- Todas as línguas têm um sistema numérico;

-Todas as línguas têm uma capacidade de memória, ou seja, a produção de vários enunciados de acordo com o conhecimento adquirido ao longo da interação com outros sujeitos falantes.

Problemas Relacionados com a Cognição segundo Platão e Orwell

Sobre essa questão, ressalta-se duas correntes que explicam a cognição humana.

1ª) Platão

Nessa concepção, temos a aprendizagem de termos baseados em números finitos de informação, ou seja, a partir de poucas evidências podemos adquirir muito conhecimento. É sobre essa perspectiva que volta-se a linguagem proposta por Chomsky.

2ª)Orwell

Nessa concepção, considera-se através de um número infinito de informações, a aquisição de partes, ou seja, a partir de um número infinito de informações, adquirimos parte dessas informações para o nosso conhecimento.

Aquisição e Aprendizagem da Linguagem

Segundo Chomsky, a linguagem é da ordem da AQUISIÇÃO e não da APRENDIZAGEM.
Praticar uma língua estrangeira até 14 ou 15 anos de idade é de forma natural, pois estamos aptos para o desenvolvimento de diferentes maneiras de comunicação, sendo assim, adquirimos uma aquisição da língua. Após esse período é mais complicado adquirir uma linguagem, pois passamos a APRENDER-LA.





Referências:
- Anotações minhas feitas em sala de aula
Disciplina: Epistemologia da Linguística;
-Manual de Linguística
Mário Eduardo Martelotta

5 comentários:

  1. Suas anotações ajudou-me a clarear minhas ideias.

    ResponderExcluir
  2. Coloque seu nome completo para que seus leitores possam coloca-lo em suas referências. Abraços.

    ResponderExcluir
  3. você poderia criar uma newslatter para acompanharmos seus artigos enviando para nossos emails.

    ResponderExcluir
  4. Muito Obrigada, isso me ajudou muito! :)

    ResponderExcluir